domingo, janeiro 27, 2008

Pelourinhos - Algodres II



Fotografias do pelourinho de Algodres! (retiradas de: http://www.monumentos.pt/)

Como a primeira entrada sobre este tema foi mais geral, vou-me novamente referir ao pelourinho de Algodres, fazendo tambem um resumo conciso, da historia municipal desta antiga vila.

Embora existam muitas evidencias arqueologicas, do povoamento desta regiao e principalmente do planalto de Algodres, desde pelo menos a epoca "Neolitica", (terceiro milenio antes da nossa era) por povos sem nome, provavelmente Celtas e Celtiberos e estando tambem, bem documentada arqueologicamente a presenca dos Romanos. O primeiro documento escrito conhecido, que se refere a Algodres, e o foral de Linhares concedido por D. Afonso Henriques em 1169, onde se referia que aquele concelho, tinha termo com Algodres pelo rio Mondego, o que nos vem confirmar, que a "terra de Algodres" abrangia em tempo de D. Afonso Henriques, tambem Fornos, e a "Grania da Figairola", (Figueiro da Granja)!

Alguns historiadores afirmam que D. Sancho I tera concedido um foral a Algodres em 1200, no entanto nao existem nenhumas provas disso. O que sim e certo, e o facto de ter sido esse rei, quem converteu os pagamentos dos "foros", de generos para prestacoes monetarias.

Pois a mais antiga "carta de povoacao" (foral) foi atribuida por "Donnus S. Menendi" em data desconhecida mas anterior a 1169. Supoe-se que este, tivesse sido: Soeiro Mendes que foi nomeado "governador da fronteira", durante o reinado de Afonso VII rei de Leao.

Nas inquiricoes de 1258 mandadas fazer pelo nosso rei D.Afonso III, os inquiridores referem ter visto a "Carta de Donnus S. Menendi". Nessa altura, as referidas inquiricoes informam tambem que Figueiro era do termo de Algodres.

Nas cronicas medievais existe informacao, de que durante o reinado de D. Sancho I, Algodres participou com os seus homens de armas, na batalha de Velosa, perto de Celorico da Beira, conjuntamente com os de Linhares, Trancoso e Guarda, que derrotaram as tropas de Afonso IX de Leao, que tinham invadido esta regiao e cercado o castelo de Celorico.

Em 1311 (1349 da era de Cezar) o rei D. Dinis concedeu um novo foral a Algodres, convertendo os pagamentos dos foros da antiga moeda (morabitinos) para 250 libras portuguesas.

D. Manuel I concedeu a esta vila e concelho de Algodres, um foral novo em 1514.

O concelho de Algodres manteve-se tal como era desde a epoca medieval, sendo composto pelas freguesias de Algodres, Casal Vasco, Cortico, Fuinhas, Maceira, Muxagata, Ramirao, Sobral Pichorro e Vila Cha, ate 6 Novembro de 1836. Nessa altura foram extintos os concelhos de Fornos, Figueiro da Granja, Infias, Casal do Monte, Matanca e Pena Verde, sendo todos eles incorporados no novo concelho "D'Algodres", com sede nesta antiquissima vila.

Foi no entanto sol de pouca dura, pois em 10 de Junho de 1837, foi tranferida a "cabeca" (sede) deste concelho para a vila de Fornos de Algodres e, retiradas ao concelho as freguesias; de Forninhos, Pena Verde e Dornelas, nessa altura incorporadas no concelho de Aguiar da Beira.

O pelourinho de Algodres, e contemporaneo do foral de D. Manuel I (1514) e, e contituido por seis degraus octagonais, onde assenta a coluna do fuste, que tem a particularidade de ser constituida por uma unica pedra com cerca de 5 metros e meio. O remate e em gaiola com elegantes colunelos sendo a base e a cobertura desta, decorada com meias esferas e outros trabalhos em cantaria, e encimada por um pequeno pinaculo tambem decorado. Ainda em meados do seculo XX, possuia os ferros de sugeicao, de que hoje restam as marcas na coluna.
Este pelourinho e monumento nacional desde 1933, pelo decrecto 23 122, publicado no Diario do Governo numero 231, de 11 de Outubro desse ano.

E um dos mais belos e altos pelourinhos da Beira, que em minha humilde opiniao, deveria ser considerado o "simbolo municipal", do municipio de Fornos d'Algodres.



quarta-feira, janeiro 23, 2008

Usemos as Nossas Diferencas; Os Pelourinhos!

Pelourinho de Algodres.

Dentro de um principio que tenho referido, de que e nas diferencas, que se deve apostar para captar interesse e, dando valor a sondagens postas a circular por blogues de meus conterraneos, que aqui tenho divulgado e, podem ser encontrados nos meus "links", de que e no turismo que se deve apostar. Vou hoje referir-me a uma area, que em meu dever devia ser melhor explorada, pois e algo que nos temos e que creio devera ser quase unico a nivel nacional!

Tanto quanto tenho conhecimento, o concelho de Fornos d'Algodres, sera provavelmente o unico em todo o pais, que em tao reduzida area territorial, tem tantos pelourinhos: Seis!

Ora esta singularidade, deveria ser mais divulgada nos roteiros turisticos, criados e a criar. E mais ainda, porque a quase totalidade deles e original, datando dos seculos XV e XVI, (a excepcao e Fornos e, mesmo esse ainda conserva pedras originais) e, conservam-se no local em que foram implantados. ( aqui a excepcao e Figueiro, que hoje com a construcao na nova variante a estrada nacional 330, ate deveria ter corrigida a sua localizacao, devendo ser implantado novamente na praca, de onde nunca deveria ter saido!)

O ter tantos pelourinhos, indica que desde epocas medievais, continuando pela epoca moderna e ate ao ano de 1836, estas terras eram regidas pelos "homens bons"; (a democracia daqueles tempos) portanto cidadaos livres, nao tendo nunca aqui existido, nenhuma sugeicao por senhores donatarios, embora tivessem havido alguns, (Soveral, Caceres, Abreu e Noronha) mas eles nunca tiveram perrogativas nem de justica, nem jurisdicao sobre o povo em geral.

Como nao poderia deixar de ser, comeco por apresentar-vos hoje o pelourinho de Algodres, o da "terra mae", desta sub-regiao!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Nas Pequenas Coisas!!!

Homenagens ao Dr. Antonio Menano na casa onde nasceu e na rua que conserva o seu nome,
um exemplo a seguir!


Os meus amigos leitores e comentadores, provavelmente vao perdoar-me, ( ou nao) mas nao resisto a referir-me novamente a uma grande lacuna, que ainda existe em muitas das nossas povoacoes, mas e principalmente, em muitas das novas ruas da vila de Fornos!

E nao resisto, porque acabo de receber o Buletim Municipal de Aguiar da Beira, concelho nosso vizinho e de demografia semelhante e, cujo presidente de que me tornei amigo, devido ao "Queijo da Serra", faz questao de me enviar regularmente, coisa que agradeco reconhecidamente, nao sendo eu "aguiarense", mas interessado em tudo quanto acontece na nossa Beira mais alta!

Provavelmente ainda nao descobriram a que me vou referir, pois aqui vai; Na pagina 03 do referido buletim, existe o seguinte titulo: "Pequenas, grandes decisoes" e, versa a decisao por aquele municipio tomada, de dotar todas as ruas e pracas de todo o municipio, (nao so da vila) de toponimos e numeros de policia!!!

Louvando a decisao daquele municipio, que e certeira, moderna e de aplaudir, sem ser dispendiosa. (pelo menos nao custa milhoes) Queria apresenta-la como exemplo para o nosso, que em muitas areas ate esta na vanguarda, mas que infelizmente, (digo eu), lhe tem custado muito a tomar uma decisao destas, que ate eu ja lembrei a quem de direito, ja vao uns anitos!

Dir-me-ao todos aqueles que so vem mal nas minhas "lembrancas", que em Fornos em algumas arterias ja existe e, que algumas aldeias tambem ja tem toponimia!
Pois sim existe, mas nao na generalidade, coisa que passou a acontecer naquele municipio vizinho e amigo!

Nao querendo ser apelidado de "perfecionista", embora aprecie a perfeicao, nunca me contentando com a mediocridade, so queria lembrar umas coisitas, quando essa decisao for tomada:

- Devem manter-se todos os toponimos antigos, de que haja lembranca!

- Devem-se honrar com toponimos nas arterias e pracas novas, que nunca tenham tido nome, as pessoas naturais ou ligadas ao municipio, normalmente ja falecidas para nao causar invejas!

- Os toponimos devem ser pequenos e concisos, devendo evitar-se alguns como por exemplo:

Rua Carlos Manuel Menano Queiroz Pereira; o nome proprio e um ou dois apelidos normalmente sao suficientes.

- Deveria-se evitar e, ate corrigir erros passados, que posso encontrar por exemplo na "minha" terra;(Infias) Largo da Praca de S.Pedro, (entao um Largo e uma Praca nao sao sinonimos?)
pessoalmente gostaria muito mais de Praca ou Largo do Pelourinho.
Ou Largo do Adro da Igreja! (entao os "adros" nao sao das igrejas?) Adro de S. Pedro, nao ficaria melhor?!

- Por fim gostaria de entre tantos outros, lembrar nomes como o Eng. Eduardo Simoes Coimbra, Raul Solnado, Eunice Munoz, Jose Bernardo da Silva Cabral (primeiro conde de Cabral) e porque nao tambem o Dr. Antonio Rodrigues e o Professor Pinheiro Marques; antigos presidentes da Camara, o escritor Luis de Campos "Siul de Larbos", O reverendo padre Luiz de Lemos, o latinista Manuel Pina Cabral, o missionario Antonio de Magalhaes, etc, etc. Estes foram os que me lembraram nesta altura, mas ha muitos mais!

E nas pequenas coisas, que se vem as "terras grandes"!!! (digo eu)

domingo, janeiro 13, 2008

Os Cortejos de Oferendas, para o Hospital da Misericordia



Ja que temos estado a falar do Hospital da Misericordia de Fornos de Algodres, lembrou-me de publicar uma fotografia dos "Cortejos de Oferendas" realizados na decada de 50 do seculo passado, em beneficio do respectivo Hospital,
Nesta fotografia, onde se encontra a representacao da minha aldeia natal: Vila Cha (d'Algodres), encontram-se os meus pais a outros familiares e amigos, muitos infelizmente ja falecidos. O desfile que aparece nesta fotografia, aconteceu em 1954, existindo pelo menos documentacao de outros realizados em 1951 e, em 1957. Nao tenho certeza se houveram outros, pelo em caso de alguem possuir mais alguma informacao extra agradecia.
Tambem ai vao, mas ja escritos por mim, dois versos da "marcha" cantada por esta representacao, que me foram transmitidos pelo meu saudoso Pai.
As primeiras duas linhas da primeira quadra, eram cantadas em conjunto, a segunda e terceira so pelas raparigas. Na segunda quadra era o oposto, as duas primeiras linhas cantadas pelos rapazes e, a terceira e quarta por todos.
Digam la que recordar nao e viver! Embora eu nao seja dessa geracao, ainda existem vivos alguns dos que aparecem na fotografia, felizmente!

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Hospitais de Rectaguarda ou Servicos Continuados!

Como ja vai sendo normal para os portugueses a viver no estrangeiro, tambem esta semana, so tivemos direito a assitir ao programa "Pros e Contras", com tres dias de atrazo!
Podia tecer varias consideracoes ao que ali foi dito e, podia (ou ate devia) dizer aquilo que todos sabemos; que o senhor ministro da saude, (que infelizmente ate e da Beira mais alta) e autista prepotente, cinico e revela poucas qualidades apreciadas pelos portugueses, o que faz dele o mais impopular ministro deste (des) governo, que nos caiu na rifa!
Mas nao, o que me chamou mais a atencao, foi o facto por todos sabido e pelo ministro lembrado, de que Portugal necessita de muitos mais hospitais de cuidados paliativos, ou servicos continuados; os tais "Hospitais de Retaguarda!
Ora isto levou-me a recordar noticias que tem saido ultimamente, nos varios orgaos de comunicacao, de que por exemplo; Gouveia e Trancoso, dois municipios nossos vizinhos, vao fazer obras nos seus antigos hospitais pretenca das respectivas Misericordias, para se condidatarem a ser uns desses hospitais.
Agora a minha pergunta e esta, (que me desculpem os anonimos e outros que tais) entao e o Hospital da Misericordia de Fornos de Algodres, que ate ja tem as obras terminadas, nao poderia ja estar a funcionar, para colmatar algumas das tao necessarias camas?!
Nao sei se a culpa e do ministro, da Misericordia, ou da Camara e, tambem nao estou aqui a acusar ninguem, mas e triste, (ai que palavra meu D*us) depois de tantas promessas e depois das obras feitas, continuar sem prestimo, e triste e lamentavel!

terça-feira, janeiro 08, 2008

No Ano Nacional do Voluntariado; "Parabens, aos Bombeiros Voluntarios "Fornenses" "


Embora o Monsenhor Pinheiro Marques nos informe, que a primeira corporacao de Bombeiros Voluntarios, em Fornos de Algodres, foi fundada em 1931 e, instalada na parte baixa da antiga Casa da Camara, situada na Praca Velha. (Terras de Algodres, segunda ediccao, 1988, pag. 151)

Aparentemente (ou nao), a actual "nova" Associacao dos Bombeiros Voluntarios, foi fundada em 29 de Dezembro de 1948, e, vai portanto neste ano completar 60 anos!

Inocentemente so queria fazer uma pergunta, que provavelmente nem tera resposta, nao sera esta Associacao, a continuadora daquela que foi fundada em 1931 e portanto, nao estara a celebrar 60 mas sim a bonita idade de 77 anos?

Mas sendo ou nao, o meu desejo neste momento, e congratular os "nossos bombeiros", pelo aniversario e tambem pela Medalha de Ouro de servicos distintos, atribuida pela Liga dos Bombeiros Portugueses, que sera entregue na festa de aniversario, a realizar no proximo dia 19 de Janeiro.

Esta festa tera tambem a finalidade, de angariar fundos para a compra de uma nova ambulancia, pelo que encorajo todos quantos lhes for possivel, a sua presenca nesta festa, assim como participarem na Prova de Orientacao de Todo o Terreno, que se realiza no mesmo dia 19 de Janeiro, actividades para as quais podem encontrar informacoes aqui: http://www.bombeiros-fornosdealgodres.com/.

Como fornod'algodrense com o municipio no coracao, quero pessoalmente mandar um abraco amigo e de solidariedade a Direccao e aos Bombeiros, com votos de muitos mais anos com o mesmo empenho, coragem e abnegacao!


*****PARABENS*****

sexta-feira, janeiro 04, 2008

TRISTE, mas mesmo; MUITO TRISTE!!!

Todos quantos por aqui passam, sabem do amor que tenho a terra que me viu nascer e onde espero morrer, pelo que esta noticia, so me poderia deixar triste, mas mesmo muito triste.
Nem comento, no entanto gostaria que os anonimos que me intitularam "sumidade", se dessem ao cuidado de tambem comentar isto, mas provavelmente falta-lhe coragem, coisa que nao se conquista, nasce-se com ela!!!
Sigam este "link" e digam algo, queridos amigos:
http://www.ointerior.pt/home/artigo.asp?id=110